Campanha sobre Influenza Aviária visa alertar população para ajudar o Brasil a continuar livre da doença 03/07/2023 - 15:10

O Brasil é um país de referência mundial para a avicultura, sendo o principal exportador de carne de frango e um dos dez maiores produtores de ovos. O sucesso de toda a cadeia produtiva avícola se dá graças à participação de todos os representantes deste setor, incluindo não apenas os grandes produtores, as grandes empresas integradoras, os produtores de grãos, de rações, de suplementos e medicamentos, mas também os avicultores de pequena escala e, certamente, a agricultura familiar.

A agricultura familiar é fundamental na economia brasileira e, segundo o Censo Agropecuário Brasileiro de 2017, 77% dos estabelecimentos no campo são agricultura familiar. Eles representam um valor de produção de R$ 107 bilhões de reais, o equivalente a 23% de toda a produção agropecuária brasileira. A adoção das boas práticas pecuárias promove a sanidade da avicultura nacional e é uma medida estratégica para o desenvolvimento efetivo desta relevante cadeia produtiva. Os plantéis avícolas brasileiros são livres de Influenza Aviária (IA), porém recentes detecções da doença em países do hemisfério sul despertaram nossa atenção para intensificar a vigilância e a identificação de possíveis suspeitas da chegada da Influenza Aviária no território brasileiro. A prevenção, a educação em saúde e a comunicação de risco são algumas das melhores ferramentas que dispomos neste momento. A Influenza Aviária (IA), também conhecida como Gripe Aviária, é uma doença provocada por um vírus, muito contagiosa, que pode afetar a saúde de aves domésticas e silvestres. Infecções esporádicas em pessoas que tiverem contato direto com as aves infectadas também podem ocorrer. Até este momento, o vírus mais infeccioso e letal, chamado de alta patogenicidade, ainda não foi detectado no nosso país.

A Influenza Aviária é causada por vírus que apresentam diferentes subtipos (H5N1, H5N2, H5N3, H5N6, H5N8, etc) e têm a capacidade genética de se modificar com grande rapidez. Nas aves, essa doença afeta grande quantidade de animais e provoca mortalidade elevada. Os principais sinais clínicos observados são: falta de coordenação motora; torcicolo; dificuldade em respirar; intensa diarreia. Existe um conjunto de fatores que contribuem para a introdução e transmissão da Influenza Aviária em uma região:

a) o contato direto de aves domésticas (produção ou estimação) com aves silvestres migratórias, provenientes de outras regiões e países, que podem estar infectadas com o vírus da doença;

b) o elevado fluxo de pessoas e produtos no mundo, aumentando as chances de uma rápida disseminação da doença;

c) mercados e feiras que vendem aves vivas propiciam um ambiente que facilita o contato entre animais de diferentes espécies, incluindo o homem.

Todas essas possibilidades de transmissão do vírus Influenza Aviária favorecem a chance de ocorrer uma recombinação genética, podendo, por exemplo, aumentar a sua letalidade e transmissibilidade;

Não há relatos da transmissão da doença às pessoas por meio de alimentos que tenham sido corretamente cozidos e manipulados. Essa doença pode gerar consequências negativas tanto para a produção animal como para os biomas afetados, podendo até dizimar espécies nativas. A vacinação de aves contra a Influenza Aviária não é permitida no Brasil. A decisão de estabelecer planos de vacinação cabe à autoridade veterinária de cada país e deve basear-se na análise de risco regional e nacional. Deve levar em conta, também, o contexto internacional, as consequências econômicas de potenciais surtos e a capacidade dos serviços veterinários para realizar uma campanha de vacinação eficaz. Recentemente, foram registrados focos da doença em aves silvestres e domésticas em alguns países próximos ao Brasil: Colômbia, Venezuela, Chile, Equador, Peru e, mais recentemente, na Bolívia, Uruguai e Argentina. No Equador e no Peru, houve registro da doença em criações comerciais de aves de produção.

A maioria dos casos de introdução deste vírus em uma região está diretamente relacionada ao contato entre aves silvestres migratórias e domésticas em criações para a subsistência das pessoas.

É fundamental a execução cuidadosa das medidas de biossegurança para diminuir os riscos da entrada e de biosseguridade nos estabelecimentos de produção de aves, para evitar a disseminação da Influenza Aviária de alta patogenicidade em nosso país. A completa execução dessas medidas protege o país do impacto negativo da doença para a avicultura nacional, ajudando a garantir a segurança alimentar e também a saúde pública de nossa população. Referimo-nos, ainda, às mais variadas formas de perdas diretas e indiretas para a cadeia produtiva da avicultura nacional.

A preocupação em relação à Gripe Aviária é mundial, pois a Europa, a Ásia, a África, a América do Norte e os países da costa latino-americana apresentaram um aumento do número de casos confirmados de H5N1, subtipo altamente patogênico com alta letalidade. A prevalência da doença é a mais alta registrada na Europa e nos Estados Unidos no surto de 2022; as aves domésticas sacrificadas já superaram todos os números de surtos anteriores.

Pesquisadores identificaram nos últimos dois anos um grande aumento na disseminação da doença entre as aves silvestres. Em apenas 12 meses, considerando a primeira detecção do vírus H5N1 em novembro de 2021 no hemisfério norte, mais de 56 milhões de aves domésticas, tanto comerciais como de subsistência, foram afetadas. O impacto econômico nos Estados Unidos até outubro de 2022 está estimado em 53 milhões de dólares, causado pela eutanásia das aves, que gerou uma baixa oferta dos produtos avícolas e, consequentemente, um aumento no preço da carne e dos ovos. Este ciclo atual de disseminação do vírus está sendo o maior e mais letal ciclo de Influenza Aviária até então registrado. Considerando a disseminação da IA nos países da América do Sul, o Departamento de Saúde Animal e o Departamento de Serviços Técnicos da SDA/MAPA, juntamente aos serviços veterinários e ambientais dos Estados brasileiros, estão incentivando o reforço das ações de prevenção e detecção da doença.

Também estão sendo trabalhadas possíveis medidas de controle e sua erradicação do nosso país, caso ela seja detectada no Brasil. A sanidade das aves no Brasil está amparada por diretrizes do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), que está em constante evolução. Essa evolução está de acordo com o Código Sanitário para Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), e em consonância com o setor produtivo. O PNSA aponta as medidas de prevenção, de controle e de vigilância das principais doenças avícolas importantes na saúde pública e saúde animal. O PNSA atualizou as medidas específicas de prevenção e de vigilância epidemiológica para Influenza Aviária, no Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle de julho de 2022.

A vigilância epidemiológica para Influenza Aviária tem por objetivos:

a) detectar rapidamente a doença em aves silvestres e domésticas;

b) demonstrar ausência da doença na cadeia produtiva da avicultura nacional, de acordo com padrões internacionais de vigilância para fins de comércio e

c) monitorar a ocorrência de novas cepas virais para subsidiar novas estratégias de saúde pública e animal. Importante salientar que a notificação de uma suspeita de Influenza Aviária nas aves (silvestres, subsistência ou de produção) pode ser feita por qualquer pessoa de forma presencial, telefone em todos os serviços veterinários oficiais (do município, estado ou federal), como por exemplo, as Superintendências Federais de Agricultura do Ministério da Agricultura e Pecuária ou, pela plataforma e-Sisbravet (Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias).

Galinhas - MAPA

 

Vai viajar?

Tenha muito cuidado para não trazer o vírus da Influenza Aviária para o Brasil

 

Como evitar que este vírus venha de carona na sua bagagem:

- Aves e ovos somente podem entrar no Brasil com a permissão do Ministério da Agricultura e Pecuária.

- Não visite criações de aves, mercados, feiras ou outro locais onde sejam criadas, mantidas ou vendidas aves vivas, principalmente oriundas de países em que ocorre a Influenza Aviária.

- Não toque nas aves, vivas ou mortas, nem em superfícies que possam conter fezes ou secreções de aves.

- Pratique boa higiene pessoal. Visite um médico se ficar doente durante ou após a viagem e evite contato com outras pessoas e com animais, principalmente aves e suínos.

Viajante, você é um dos responsáveis pela segurança da avicultura no Brasil.

 

Fonte: Diálogos para prevenção da Influenza aviária – 17.02.2023

Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPA

Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA

Programa Nacional de Educação Sanitária em Defesa Agropecuária – Proesa

Comissão de Educação Sanitária da Superintendência Federal da Agricultura em São Paulo