Situação epidemiológica do sarampo no Brasil 10/18/2022 - 11:52

O sarampo é uma doença viral aguda e extremamente grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. A transmissão do vírus ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar próximo às pessoas sem imunidade contra o sarampo. Além disso, o contágio também pode ocorrer pela dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados como escolas, creches, clínicas, entre outros.

Após os últimos casos da doença no ano de 2015, o Brasil recebeu em 2016 a certificação da eliminação do vírus do sarampo. Nos anos de 2016 e 2017, não foram confirmados casos dessa doença no País. Em 2018 foram confirmados 9.325 casos da doença. No ano de 2019, após um ano de circulação do vírus do mesmo genótipo, o País perdeu a certificação de “País livre do vírus do sarampo”, dando início a novos surtos, com a confirmação de 20.901 casos da doença. Em 2020 foram confirmados 8.100 casos e em 2021 foram 676 casos de sarampo confirmados. Até a semana epidemiológica 29, os estados do Amapá e São Paulo permanecem com surto ativo de sarampo no País, com 3 e 9 semanas transcorridas do último caso, respectivamente (Tabela 1).

Entre a SE 1 a SE 29 de 2022, foram notificados 2.005 casos suspeitos de sarampo; desses, 44 (2,2%) casos foram confirmados, sendo 43 (97,7%) por critério laboratorial. Foram descartados 1.666 (83,1%) casos, e permanecem em investigação 295 (14,7%) (Figura 1).

Na curva epidêmica (Figura 1), observa-se maior confirmação de casos nas semanas epidemiológicas 13 a 20 (27 de março a 21 de maio de 2022) e, a partir da SE 19, um expressivo número de casos suspeitos permanecem pendentes de encerramento.

 

Tabela 1. Distribuição dos casos confirmados de sarampo , data de exantema e semanas transcorridas do último caso confirmado, segundo unidade da federação de residência, Brasil, 2018 a 2022

 

Sarampo tabela parte 1
Sarampo tabela parte 2

 

Figura 1. Distribuição dos casos de sarampo por semana epidemiológica do início do exantema e classificação final, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 29 de 2022

Sarampo figura 1

 

No período avaliado – entre as SE 1 a 29 de 2022 – permanecem com casos confirmados de sarampo os estados: Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, totalizando ocorrência de casos em 11 municípios. O estado do Amapá segue com maior número de casos confirmados, com 32 (72,7%) casos de sarampo e a maior incidência (4,47 casos por 100 mil habitantes).

Crianças de um a quatro anos de idade apresentam o maior número de casos confirmados (17), o coeficiente de incidência foi de 1,67 casos por 100 mil habitantes, e, ainda nessa faixa etária, a maior ocorrência se deu no sexo masculino, com 11 (45,8%) casos. Quando verificada a incidência, a maior é observada nas crianças de seis a 11 meses de idade, com 11,5 casos por 100 mil habitantes. Nas faixas etárias definidas nas estratégias de vacinação realizadas, em 2019 e 2020, a maior incidência foi observada no grupo etário de menores de 5 anos, com 3,15 casos por 100 mil habitantes.

Em geral, na distribuição por sexo, o maior número de casos foi registrado entre pessoas do sexo masculino, com 24 casos (70,8%).

Do total de casos de sarampo que permanecem em investigação, 94 (31,9%) concentram-se no estado de São Paulo, seguido dos estados de Minas Gerais, 56 (19,0%), Bahia 55 (18,6%) e Pará 33 (11,2%). Apenas 10 estados realizaram o encerramento de todos os casos notificados de sarampo, a saber: Rondônia, Tocantins, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás.

 

Distribuição dos casos de sarampo em investigação, segundo unidade da federação de residência, Brasil, semanas epidemiológicas 1 a 29 de 2022

Sarampo mapa 1

 

Óbitos

Entre a SE 1 a SE 29 de 2022, não ocorreram óbitos por sarampo, no entanto, no ano de 2021, foram registrados dois óbitos pela doença, no estado do Amapá, em bebês menores de um ano de idade.

 

 

Acesse o Boletim na íntegra: Boletim Epidemiológico 32 - Ministério da Saúde

 

 

Fonte: Ministério da Saúde