Zika passa de vírus inofensivo a caso de alerta 23/11/2015 - 11:30

Aparentemente inofensivo, o vírus zika tem se revelado mais problemático do que o imaginado. Primo da dengue e da chikungunya, ele é o principal suspeito de ter causado o aumento no número de casos de bebês com microcefalia (má formação da cabeça) registrado em alguns estados do Nordeste – especialmente Pernambuco –, o que levou o Ministério da Saúde a colocar o país em alerta sanitário. Agora, pesquisadores e médicos estão empenhados em descobrir como o zika atua no organismo e as possíveis consequências.

Veja
 infográfico
explicativo sobre o contágio.

“Estamos aprendendo sobre o zika em tempo real. Como não foram muitos casos de surto, são raros os estudos sobre o vírus”, diz a virologista Cláudia Nunes dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz no Paraná. Foi o laboratório comandado por Cláudia que confirmou a presença do zika no Brasil em maio deste ano. O mais provável é que o vírus tenha chegado ao país em 2014, trazido por turistas que vieram acompanhar a Copa.

Transmitido pelo mesmo vetor da dengue, encontrou no Brasil um lugar ideal para se espalhar. Um grande número de casos foi registrado no Nordeste, mas também há relatos em outras regiões. No Paraná, até agora, foram dois casos autóctones e outros cinco importados.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, em todas as situações foram tomadas providências para evitar que o doente se tornasse um foco para a transmissão do vírus. “Foram feitas ações de bloqueio, com busca ativa para a identificação e eliminação dos criadouros do mosquito ”, explica a chefe do Centro de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Paraná, Ivana Lúcia Belmonte.

Embora ainda não seja definitivo, as investigações encabeçadas pelo Ministério da Saúde indicam que existe uma relação entre a contaminação da gestante pelo vírus zika e o aumento no número de casos de microcefalia registrado em estados do Nordeste neste ano.

Esse bloqueio é a única forma de evitar que a pessoa infectada seja picada pelo mosquito transmissor e o vírus acabe se espalhando. Um problema com a estratégia, porém, é que a maior parte das pessoas que têm contato com o zika não apresenta sintomas. Ou seja, pode ser um foco de transmissão, mas não apresentar qualquer sinal que indique o risco.

Por isso, é tão importante combater o mosquito Aedes aegypti. “A principal ação ainda é o combate ao vetor. É muito importante que as pessoas verifiquem as suas casas e eliminem os pontos que podem servir de criadouro do mosquito”, diz Ivana.

As chuvas e o calor típicos do verão são ideias para a proliferação do mosquito. O último boletim de alerta Climático da Dengue do Laboratório de Climatologia da UFPR, referente a 8 a 14 de novembro, mostra que sete cidades estavam todas no Oeste e no Norte – tinham risco alto para a proliferação do mosquito.

Desconhecido perigoso

Aparentemente inofensivo, o vírus Zika pode estar ligado ao aumento de casos de microcefalia em alguns estados do Nordeste. Entenda como ele é transmitido e quais os sintomas da doença acessando o infográfico.

PREVENÇÃO

A melhor forma de combater o Zika é
eliminar os focos
do mosquito, veja como:

Lixo

Feche bem o saco e deixe-o fora do alcance dos animais.
Jogue todo objeto não utilizado que possa acumular água.
Coloque em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada.

Plantas

Troque a água de plantas aquáticas e lave os vasos com escova, água e sabão uma vez por semana.
Encha de areia até a borda os pratos das plantas ou lave-os semanalmente com escova.

Laje

Não deixe água acumulada sobre a laje.
Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.

Armazenamento de água

Lave por dentro o tanque de roupa com escova e sabão toda a semana.
Mantenha bem tampados tonéis e barris.
Mantenha a caixa de água bem fechada e coloque também uma tela no ladrão dela.
Lave por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar água em casa.

Vire todas as garrafas de boca para baixo, evi­tando que se acumule água dentro delas.



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