Argentina confirma caso de sarampo 23/01/2024 - 10:18

O Ministério da Saúde da Argentina informou que no dia 16 de janeiro, um prestador privado da Província notificou o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária sobre um caso de doença exantemática febril, com suspeita de sarampo, iniciando a investigação epidemiológica e ações de controle. 

Trata-se de um menino de 19 meses que apresentou febre, erupção cutânea, tosse e conjuntivite no dia 2 de janeiro.

Três dias depois consultou e foi internado em clínica particular por pneumonia, apresentando isolamento de pneumococo em amostra respiratória.

No dia 9 de janeiro foi colhida uma amostra de soro e no dia 16 de janeiro foi reportado um IgM positivo para o sarampo num laboratório privado.

Esta amostra de soro juntamente com as amostras para detecção viral foram encaminhadas ao Laboratório Nacional de Referência ANLIS-Malbrán, confirmando a infecção por sorologia e detecção do vírus do sarampo por RT-PCR em urina e aspirado nasofaríngeo em 19 de janeiro.

Estudos estão sendo desenvolvidos para genotipar o vírus. 

O caso não tem histórico de vacinação tríplice viral, não viajou para fora da província e na investigação inicial não houve contato com casos suspeitos antes do aparecimento dos sintomas.

As equipes de resposta rápida locais e provinciais estão a realizar a investigação epidemiológica e as correspondentes ações de controle do surto. 

 

Vacinação

É importante lembrar que para sustentar as conquistas de eliminação do sarampo e evitar a reintrodução do vírus no país, é necessário alcançar e manter elevadas coberturas vacinais com duas doses de vacina contra o sarampo (dupla ou tripla viral) e uma vigilância sensível sistema capaz de detectar antecipadamente casos suspeitos e, assim, impedir a sua propagação.

Esquema vacinal completo de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação:

▪ De 12 meses a 4 anos: deverão comprovar uma dose da vacina tríplice viral.

▪ Pessoas maiores de 5 anos, adolescentes e adultos nascidos após 1965: devem ter pelo menos duas doses de vacina com componente de sarampo aplicadas após um ano de idade (dupla ou tripla viral) ou ter sorologia IgG positiva para sarampo.

▪ As pessoas nascidas antes de 1965 são consideradas imunes e não necessitam de ser vacinadas.

 

Situação epidemiológica da Região das Américas e Argentina

Em 1994, os países da Região das Américas estabeleceram o objetivo conjunto de eliminar a transmissão endêmica do sarampo até o ano 2000 por meio de vacinação sistemática e ações de vigilância epidemiológica.

Assim, em 2016 a eliminação foi certificada em nível regional, sendo a Região das Américas a primeira a atingir este objetivo. No entanto, no período 2017-2019, registrou-se um aumento constante de casos em 18 países da Região. 93% dos casos ocorreram principalmente no Brasil e na Venezuela, que perderam o status de eliminação em 2018 e 2019, respectivamente.

Até o momento, ambos os países interromperam a circulação viral e estão em processo de nova verificação. 

A Argentina interrompeu a circulação endêmica do sarampo em 2000. Desde então, foram registrados surtos com duração inferior a um ano, sem perda do status de eliminação. O maior surto foi registrado entre as semanas epidemiológicas (SE) 35 de 2019 e a semana 12 de 2020, com um total de 179 casos.

Em 2021, não foram registrados casos confirmados. Em 2022, foram registrados dois surtos de sarampo na Cidade de Buenos Aires e em Vicente López (Província de Buenos Aires): o primeiro na SE 13 correspondeu a um caso importado e o segundo na SE 28, este último foi um caso de origem desconhecida. Ambos não relacionados entre si e sem casos secundários.

 

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