Acidentes com escorpião no Paraná 26/09/2017 - 08:50

A Secretaria de Estado da Saúde orienta a população sobre cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos e, em caso de picadas de aranhas, escorpiões e serpentes, para a necessidade de procurar assistência rapidamente.

O Governo estadual mantém o Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná (CCE), em Curitiba, que presta atendimento 24 horas pelo telefone 0800 410 148. Centros de informações e assistência em toxicologia, como o CCE, atendem casos de envenenamentos e fornecem consultoria em urgências toxicológicas, animais peçonhentos e venenosos através de plantão telefônico 24 horas. Esse suporte auxilia os profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento além de fornecer informações gerais e de prevenção para a população.

No Paraná, os antivenenos estão disponíveis na rede de saúde das 22 regionais da Secretaria de Estado da Saúde e, ao todo, existem 212 centros de referência para aplicação dos soros. O soro é única forma eficaz de tratar o veneno do escorpião. Deve ser aplicado com a maior rapidez possível após a picada.

Em 2016, o Paraná registrou mais de 14 mil acidentes com animais peçonhentos, dos quais as picadas de escorpiões somaram 1.738 casos e dois óbitos, um em Paranavaí e outro em Cianorte, ambas cidades no noroeste paranaense. Neste ano, de janeiro a setembro  (dados preliminares), foram computados 924 acidentes devidos a picadas destes animais. No mesmo período de 2016,  tinham sido registrados 990 casos.
 
As cidades com maior número de acidentes com o animal peçonhento em 2017 são Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, com 57 casos; Colorado, no norte, com 50 registros; e Bandeirantes, também no norte, com 38 casos. Maringá notificou 47 casos de picada por escorpião. A Regional de Saúde de Maringá, com 30 cidades na sua abrangência, foi a que mais registrou esse tipo de acidente neste ano: 163. Na região noroeste do estado houve quase 150 casos em 2017.


Vários tipos de escorpiões nativos são encontrados no Estado, como o marrom (Tityus bahiensis, Tityus costatus, Ananteris sp) e o pretinho, do gênero Bothriurus, espécies que não apresentam acidentes graves. No entanto, a partir da década de 80 foi introduzido o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), espécie de maior periculosidade, sendo o principal causador dos óbitos, principalmente em crianças.

Segundo a Secretaria da Saúde, o escorpião amarelo é uma espécie que se reproduz com rapidez. É uma espécie generalista com grande capacidade de adaptação a ambientes alterados, como os ambientes domiciliares e seu entorno. A presença de apenas um exemplar pode provocar a infestação, porque a fêmea se reproduz de forma assexuada (partenogênese), sem a necessidade do macho. A espécie prefere se proteger em ambientes quentes e úmidos, saindo para caçar e se alimentar. No ambiente domiciliar o escorpião amarelo se abriga sob madeiras velhas, lenha, telhas, tijolos, restos de construção, entulhos e principalmente frestas em calçadas, muros e paredes. O lixo domiciliar mal acondicionado, restos de alimentos e sujeira nos domicílios atraem insetos, como baratas e outros que são alimentos dos escorpiões. Dessa forma, estes animais têm abrigo, alimento e água no entorno das habitações.

Para evitar acidentes, é importante que as pessoas removam materiais desnecessários, mantenham o lixo domiciliar acondicionado de forma adequada e fechem as frestas para que os escorpiões não se instalem e se reproduzam nas casas.
 
No final de agosto (26) deste ano, um menino de quatro anos morreu no Hospital Universitário de Maringá, norte do estado, depois de ser picado por um escorpião na casa da avó, no dia anterior, na cidade de Jussara.

Veja algumas orientações para prevenir acidentes com animais peçonhentos:

  • Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
  • Examinar calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
  • Afastar camas e berços das paredes;
  • Não deixar que lençóis ou cobertores sobre a cama e berço encostem no chão. Aranhas e escorpiões podem utilizá-los como apoio para subir e se abrigar entre tecidos e travesseiros;
  • Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção;
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
  • Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
  • Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;

Em caso de dúvidas, ligue para o telefone 0800 410148 (Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná).
 
Espécies de escorpiões

 
Fig. 1 A) Brazilobothriurus pantanalensis; B) Tityus serrulatus, fêmea; C-D) Tityus bahiensis, macho (C) e fêmea (D); E) Tityus paraguayensis, macho; F) Tityus trivittatus, macho. Fotos de M. C. Schneider (A), L. S. Carvalho (B), R. P. Indicatti (C-D), D. Araújo (E), V. F. Mattos (F).

 

GALERIA DE IMAGENS

Últimas Notícias