Organização Pan-Americana da Saúde: Atualização Epidemiológica da Coqueluche na Região das Américas 10/12/2025 - 11:32

Epidemiologia

A coqueluche é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. O diagnóstico laboratorial é fundamental para a confirmação dos casos, sendo a reação em cadeia da polimerase (PCR) um teste mais sensível, recomendado nas primeiras três ou, no máximo, quatro semanas após o início da tosse.

O tratamento é realizado com antibióticos (macrolídeos). Esses medicamentos podem encurtar o período em que a pessoa transmite a doença, mas, para que possam reduzir a gravidade dos sintomas, devem ser administrados antes do início da fase de tosse intensa. Casos suspeitos ou confirmados devem permanecer em isolamento respiratório, especialmente de lactentes (bebês) não imunizados, até que tenham recebido antibióticos por pelo menos cinco dias.

A vacinação é a principal estratégia de prevenção. As vacinas são oferecidas em combinações (como a DTP) e exigem três doses na série primária (a partir das seis semanas de idade), além de doses de reforço para manter a proteção.

 

Situação

Em 2024, o número de casos de coqueluche notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) em nível mundial atingiu 977.000, o que representa um aumento de 5,8 vezes em comparação com 2023.

Na Região das Américas, também foi observado um aumento significativo, com os casos saltando de 11.202 em 2023 para 66.184 em 2024 (figura 1). Os países com maior quantidade de casos são: Estados Unidos da América, com 25.057 casos e 13 óbitos; Peru com  3.200 casos e 49 óbitos; Equador com 2.751 casos e 48 óbitos; Chile com 2.454 casos. 

No Brasil, entre as Semanas Epidemiológicas 1 e 46 de 2025, foram notificados 2.485 casos confirmados, incluindo 11 óbitos. Este foi o segundo ano com o maior número de casos notificados no país desde 2019, sendo 2024 o ano com o maior número de casos. O estado do Paraná aparece entre os de maior número de casos, com 288 casos confirmados. Outros estados com maior quantidade de casos incluem Minas Gerais (n= 522 casos, incluindo uma morte), seguido por São Paulo (n= 425 casos, incluindo duas mortes), Rio Grande do Sul (n= 292 casos, incluindo uma morte). A faixa etária mais afetada no país é a de menores de um ano (29,5% dos casos), sendo que a maioria (61%) é de bebês com menos de seis meses de vida.

O aumento da doença coincide com a queda da cobertura vacinal na Região das Américas, que atingiu 81% (DTP3) em 2021, o nível mais baixo em duas décadas, com recuperação parcial para 87% em 2024.

 

Figura 1. Casos de coqueluche notificados na Região das Américas, 2015 a 2024

Figura 1. Casos de coqueluche notificados na Região das Américas, 2015 a 2024

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, 2025. 

Disponível em: <https://www.paho.org/pt/documentos/actualizacao-epidemiologica-tosse-convulsa-coqueluche-na-regiao-das-americas-8-dezembro>.

 

Avaliação de risco

Diante do aumento de casos e da baixa cobertura vacinal em alguns grupos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS emitiram recomendações para que os países fortaleçam suas ações de controle.

As recomendações prioritárias para a saúde pública e prevenção de viajantes incluem:

  • Vigilância e Diagnóstico: Fortalecer a vigilância para identificar surtos rapidamente e intensificar o rastreamento de casos em crianças menores de um ano hospitalizadas.
  • Vacinação (Proteção para Viagens): Os países devem buscar uma cobertura vacinal de três doses de DTP superior a 95% em crianças. Além disso, a OPAS/OMS recomenda:
    • Vacinação de Gestantes (Tdap): Vacinar mulheres grávidas com a vacina Tdap, de preferência no segundo ou terceiro trimestre e pelo menos 15 dias antes do parto, como uma estratégia eficaz para proteger o recém-nascido, que é o grupo de maior risco.
    • Vacinação de Profissionais de Saúde: Recomenda-se uma dose de reforço para profissionais de saúde, especialmente aqueles em contato com recém-nascidos e lactentes, para prevenir a transmissão hospitalar.

 

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 08 de dezembro de 2025.

Leia o texto na íntegra AQUI.